sábado, abril 23, 2016
Instantâneos
Se disparasse a minha máquina fotográfica
contra ti poderias morrer de susto.
Guardaria a tua alma só para mim
numa qualquer caixa de sapatos forrada a papel de seda.
C.S 2016
E de novo a Primavera
,
Chegaste com o teu sorriso tímido
como que pedindo desculpa pelo atraso.
Peguei na minha écharpe vermelha
e fui andando por entre as árvores
permitindo que o Sol me beijasse
a palidez dos dias invernosos.
Um gato dormitava na calçada quente.
Afaguei-lhe o lombo e segui sozinha.
C.S.2016
domingo, abril 17, 2016
Pássaro sem asas
Olhar fundo no profundo de mim
e ver apenas um rosto envelhecido num espelho quebrado.
Perdi as marés que sacudiam os dias,
os fogos abraçando os crepúsculos ,
os sonhos que a brisa me sussurrava nas noites.
Olhar fora para fora de mim
e ver apenas o cinzento chumbo da arma que um dia me matará.
Pássaro sem asas, árvore desfolhada, barco parado no rio, alma penada.
E este viver sem vida,
Dias desenhados a papel vegetal.
Amanhã, virá outro igual.
C.S.
e ver apenas um rosto envelhecido num espelho quebrado.
Perdi as marés que sacudiam os dias,
os fogos abraçando os crepúsculos ,
os sonhos que a brisa me sussurrava nas noites.
Olhar fora para fora de mim
e ver apenas o cinzento chumbo da arma que um dia me matará.
Pássaro sem asas, árvore desfolhada, barco parado no rio, alma penada.
E este viver sem vida,
Dias desenhados a papel vegetal.
Amanhã, virá outro igual.
C.S.
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