quinta-feira, outubro 15, 2009

A deusa


Quando penetrares na negra opacidade destes pequenos símbolos aos quais uns chamam palavras e outros vocábulos, por meras questões de nomenclatura obviamente, e neles te releres, nem que seja apenas um pouco, na breve duração deste instante onírico, poderei enfim dizer que o poema cumpriu o seu destino.

Até lá viverei cantando o mar em versos delicados,
sussurrando rimas às corolas dos antúrios,
tecendo quadras onde os gestos se ausentaram.

Alguém virá de longe para me dizer como sou ingénua e naive.

Quando penetrares
na vasta mescla desta meada de sentires,
aos quais alguns apelidam de sonhos e outros de quimeras,
por meras questões de nomenclatura,
e nela descobrires o fio condutor do meu dizer,
nem que seja apenas uma linha ou a leveza breve de um signo,
poderei então dizer que o coração encontrou enfim o seu destino.

Até lá viverei cantando a deusa que por Apolo renasceu da pedra.


4 comentários:

Paula Raposo disse...

E assim são os Poetas!! Gostei muito. Beijos.

angela disse...

O desejo de ter as palaras comprendidas.
beijos

Ailime disse...

Muito belas as palavras com que elabora na perfeição este seu maravilhoso poema!
Um beijinho.

Clotilde S. disse...

Paula,

Angela,

Ailime,

Obrigada pelas visitas e pelas palavras.

Um abraço longo e votos de uma Boa Semana !

Clotilde