segunda-feira, outubro 19, 2009

Retrato

Porque apetece levantar o véu...


Perdes-te nos contos, mulher,
nos círculos intemporais dos sonhos,
e acordas envolta numa espiral de lendas.

Era uma vez... o teu olhar, mulher, a tua voz.

Era uma uma vez, uma hera no jardim da casa grande.
O teu recanto, o teu refúgio, a legenda da tua meninice.

Perdes-te nos poemas, mulher,
nos segredos sussurrados entre parênteses,
e acordas envolta num xaile negro de saudade.

Era uma vez... a tua alma, mulher, teu coração.

Era uma vez, um terraço longo, imenso, sobre a cidade.
O teu castelo, o teu farol, a tua torre,o teu forte de mulher!

Perdes-te no silêncio,mulher,
nos diálogos em surdina que povoam a tua mente,
e acordas cantando no papel misteriosas rimas.

Mais uma vez, mulher. Só mais uma vez.
Abre a janela, mulher, e voa nesse céu aberto!

Gaivota sem norte te chamaram um dia
e o teu mar, mulher, é já ali.



10 comentários:

Anónimo disse...

Que beleza! Lindo demais!

Muitas bênçãos e uma ótima semana...

João Paulo Proença disse...

Clotilde:

Que te posso eu dizer?
Fantástico!

Imagino que ser mulher é isso mesmo

Beijo

João

angela disse...

Demais! Muito bom
beijos

Madrigal disse...

Poesia de primeira água, bem burilada, escrita com a mestria e a verve de quem não anda nestas andanças a brincar aos poetas e às poetisas.

Parabéns, Clotilde. Poetisa já és.

Abraço

Jorge

Clotilde S. disse...

Reyel, querida,

Boa semana para ti também. Mimas-me demais. Assim fico vaidosa.

Beijinhos para esse lado do oceano.

Clo

Clotilde S. disse...

João Paulo,

E imaginas bem, meu amigo.

Fantástica é esta tua amizade.

Beijo,

Clo

Clotilde S. disse...

Angela,

Gosto que tenhas gostado. Obrigada.

Beijinhos,

Clo

Clotilde S. disse...

Há tanto modo de fazer poesia,Jorge.
Escrever é apenas uma delas. .)))
Obrigada pela tua visita. Gosto de te ver por aqui.

beijo,

Clo

Unknown disse...

Não hei-de eu gostar da água, se ela, escorreita, leve, sem esforço, me seduz, na Natureza, e nos versos sublimes, como os teus! É um lindo poema, tão leve, tão indelével, que mal toca e beija em coisas tão essenciais, na almofada da tua memória. Gostei, ao ler-te, de ver os peixes dançarolando nas águas do aquário, assim como a evocação que fazes às gaivotas e ao mar. Não sei porquê, pressenti que gostavas que eu fosse ver os peixes e escrevesse algo sobre as gaivotas. Assim fiz. E vou dormir. E deixo um beijo. Edu

Clotilde S. disse...

Com tanto mimo, como deixar de escrever?

Obrigada, Edu.Ainda bem que reparaste nos peixinhos.

Beijo e boa noite,

Clo