terça-feira, abril 14, 2009

Relíquias


Misty Rose - A. Vanderbosh


Não os reconheço na minha casa.


Os móveis calados

aqui aportados,

são apenas relíquias

equivocadas.


Falam-me, no entanto,

os bustos e os quadros,

de outras vidas,

mensageiros que são

de um tempo perdido.


Sei-lhes as histórias,

Os contornos e as cores.

Reconheço-lhes a patine

dos dias em que a casa grande

se enchia de rosas e

se abria para as festas.






Passei por lá há dias.

A palmeira secou

e o anjo do lago

chorava

a morte

do roseiral.


Como eu ainda choro

a morte do meu pai.


14 comentários:

poetaeusou . . . disse...

*
como é bom
abrir as gavetas da memória,
no modo presencial,
enquanto ausente o sentir,
amiga,
nada se perde quando
a história existe,
e se a palmeira secou
é nostalgia
no pranto da saudade
feita anjo,
rosadas pétalas ,
que não secaram,
apenas escoltaram o teu PAI,
para o outro lado
misterioso da vida . . .
,
sentidas brisas, deixo-te,
,
*

João Paulo Proença disse...

Clotilde:

Belo, Belíssimo

É por isso que evito voltar a determinados lugares excepto quanto me apetece "mergulhar" na depressão (que também faz parte de um processo)

Beijo

João P.

Maria disse...

Deixo-te um abraço...
(porque não tenho palavras)

Clotilde S. disse...

Poeta,

Tens razão, amigo.

As memórias enriquecem-nos sempre.

E as pétalas, ainda que secas,relembram sempre uma flor viva.

Beijinho

Clotilde S. disse...

João,

Há de facto momentos em que é forçoso enfrentar até aquilo que mais nos dói para melhor seguirmos em frente.

Beijinho

Clotilde S. disse...

Maria,

Eu senti este teu abraço, amiga.

Beijinho para ti também.

Unknown disse...

Um abraço de carinho e de compreensão te deixo.
Também já passei por esses momentos em que tudo permanece vivo em nós e os objectos falam.
Necessários são esses momentos de silêncio.
As lágrimas são pureza e nelas se reflecte o sublime do que somos.
Teu amigo, Eduardo

Isabel José António disse...

Cara Amiga Clotilde,

Vim "aportar" a esta sua enseada, navegando entre blogues.

E deparou-se-me este poema das RELÍQUIAS, pelo qual lhe dou os meus parabéns.

Relíquias são recordações
Por vezes o peito inundam
Lembram a nossos corações
Que os amigos não abundam

Lembram-nos que o passado
Embora possa ter existido
Não deve ser tão focado
Pois isso é mesmo um perigo

Devemos viver o PRESENTE
Aquilo que acontece AGORA
Pois tudo o que se sente
É só vivido hora a hora

Um grande abraço

José António

PS.:
Se nos quiser visitar não deixe de ver os 3 blogues que a seguir indico:

POESIA VIVA
O CAMINHO DO CORAÇÃO
OBSERVATÓRIO

MARIPA disse...

A saudade das memórias que nos ficam agarradas à pele...
Saudades,com perfume de rosas, das palavras e dos gestos que não esquecem.

Beijinho,Clotide.

Maria P. disse...

A saudade...

Beijinho, Clo*

Clotilde S. disse...

É verdade, amigo Eduardo

Estes momentos de saudade e de recordação, ainda que em silêncio, fazem parte de um processo de luto necessário.

Ficam sempre as lembranças queridas, daquele que foi o meu melhor amigo de sempre, o único homem que me amou incondicionalmente, um pai a sério.

Beijinhos e obrigada**

Clotilde S. disse...

Isabel José

Grata pela visita.

Clotilde

Clotilde S. disse...

Maripa,

Já são 8 anos de uma saudade grande.

Beijinho, minha querida**

Clotilde

Clotilde S. disse...

Maria P.

Um abraço longo. Obrigada!

Clo*