quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Poema primeiro





Poder inventar-te assim.

Na esperança de percorrer os labirintos obscuros do teu corpo.

Tuas. A voz, a derme, a expressão dolorosa duma carne.

Adivinho no teu sangue um rio longínquo,
escarlate foz no coração.

Mortalmente ferida, mas respirando ainda,
dispo-me de mim na solidão das luas.

Poder inventar-te assim.

Perdido.
Ignoto.
Absoluto.
Amor.
Meu Poema primeiro e Sonho último!

Recriar-te nos caminhos flamejantes da paixão.
Nas vias sempre em crescendo dos teus gestos.

Mas há um vazio de ti, neste poema.
Ausentes que estão os movimentos circulares e lentos do desejo.

E eu continuarei a buscar-te enfeitada de palavras,
no aconchegante sortilégio da minha rima.


1 comentário:

jorge esteves disse...

O sortilégio é da rima... ou do espírito?...

abraços!