quinta-feira, setembro 01, 2011

não poema


Isto não é um poema.
Procuro agora no papel amarelecido
a brancura dos sonhos de um tempo que me morreu.
O vento traz-me os rugidos do mar
e todos os meus medos envoltos na bruma
de noites sem estrelas.
Não sei se tenho frio
se queimo por dentro
se morro de sede
não sei.
Pareciam tão fáceis as quimeras
as palavras enfeitadas de jasmim
a alegria a fé a confiança.
Era linda menina e moça  e mulher
de olhos vivos e alma cheia.
Mas sorria e chorava.
Vivia e morria a cada sonho.
Não me sabia nunca me soube.
Agradava porque queria agradar e ser perfeita
como os modelos das mulheres mais velhas
que cozinhavam e limpavam e bordavam
nas estampas dos livros que me deram.
Mas eu sou eu sempre fui diferente.
Pegava nas folhas em branco
e escrevia as vidas que não vivia.
Sonhadora misteriosa poetisa.
Aprendiza do amor e das paixões.
Hoje tremo de medo e não sei ainda como exorcizar os espectros.
Caminho na fluidez dos dias procurando rir.
Dizem que a terapia do riso nos cura de todos os males.
Em meu redor todos parecem tranquilos e felizes
como se a felicidade fosse um bem garantido.
Um bem garantido.
O vento rompe o silêncio  e eu só quero fechar os olhos e dormir.

1 comentário:

sandrafofinha disse...

É sim um poema!! É um poema bem giro e interessante!! Adorei o post,adorei o que li. Um enorme abraço para ti amiga clotilde,beijinhos e acima de tudo amiga espero que tu sejas muito feliz!!