que a nostalgia
é uma ferida interna.
Mal incurável.
Dor peregrina.

Vai e volta.
Vai e volta.

Tinha esquecido que o azul
é um reflexo de céu triste
no oceano profundo.
O ponto de tangência entre a lágrima e o soluço.
Relembro aquela noite
em que chegaste de mansinho.
Espectro ou segredo
transformando as letras
em acordes de silêncio.
Pela janela entreaberta
chegaram
cânticos de perdidas sereias
que ficaram suspensos
nos breves fios da cortina.
Disseste ser poema
e eu fiz-me instrumento
da tua rima.