domingo, novembro 01, 2009

Destino





Levo na alma as penas dos meus sonhos deplumados,
a gaivota ferida, a erosão das falésias das quimeras . Desilusão.

Levo na alma a casa que não tive mais o jardim de
hortênsias que perdi, a voz que me morreu.O Tempo.

Levo na alma os olhos que desenhei nas crateras lunares,
a voz e o sorriso que lhe inventei . A Noite.

Levo na alma as horas que esperei, os dias que contei,
a luz que se apagou. A Morte.

Levo na alma as promessas efémeras das borboletas,
alguns números ocultos e os segredos das letras que escrevi. Destino.

Mas porque é Domingo e chove,
deixarei as lágrimas dos dias escorrendo pela vidraça.
.
.
.